Leitura Indulgenciada para o Mês de Maio - 2014


A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. 
Livros de 1937


Benção do Em. Sr. Cardeal:
Aos devotos de Nossa Senhora e aos católicos em geral, com muito empenho recomendamos a leitura de “A Alma Gloriosa de Maria”, de Fr. Henrique Golland Trindade. São páginas de elevada, afetuosa e bem compreendida espiritualidade mariana.
 Concedemos 100 dias de indulgência (nota do blog - indulgência parcial), uma vez por dia, aos fiéis que lerem um capítulo, pelo menos, desse livro piedoso.


†Sebastião, Cardeal Arcebispo
Rio de Janeiro, 25 de Março de 1935.


NA VIGÍLIA DO MÊS
E todo o bom cristão se alegra!. . .
Eis que começa, amanhã, o glorioso mês de Maio, o mês abençoado de Maria. Um mês inteiro, todo de propósito, para glorificar a boa Mãe do céu, cantar os seus louvores, contemplar as suas virtudes, apregoar as suas grandezas, oferecer-lhe flores, sacrifícios, orações. . . E todo o bom cristão se alegra!. . .
Um mês inteiro de bençãos, de graças especiais — e de chuva de rosas, mais abundantes e perfumadas, do que as de Santa Teresinha.
É isso o mês de Maio:
uma correspondência mais íntima e assídua entre Maria e seus devotos, entre a Mãe Santíssima e seus filhos pecadores;
um meditar, cheio de admiração, as glórias da Virgem, e um compadecer-se. cheio de amor, das misérias dos homens;
 um subir de Iôas e de súplicas e um descer de favores e de benefícios.
É isso o mês de Maio, o mês de Maria.
Eis por que se alegra todo o cristão que ama a sua Senhora. Quer dizer que se alegra toda a cristandade, porque todo o verdadeiro cristão ama, forçosamente, a Maria, sua Mãe e sua Soberana.
E nós nos alegramos também. Assim como se alegra o pobre que entra na sala dos tesouros reais; assim como se alegra o faminto convidado à mesa de um banquete; assim como se alegra o peregrino no deserto, ao ver diante de si um oásis; assim como se alegra o bom filho ao se atirar no regaço acolhedor de sua mãe. Pois não nos é tudo isso o mês de Maio?
Mas que não seja estéril a nossa alegria! Antes, aumente ela o culto e a glória externa de Maria SSma. e nos alcance a nós muitas graças.
Vamos a um tesouro, enriqueçamo-nos; a um banquete, saciemo-nos; a um oásis, repousemos; a um regaço de Mãe, amemos! E tudo isso será verdade, si soubermos nos aproveitar do mês que, amanhã, começa.
Como o faremos? Imitando o pintor e o poeta da lenda.
Enlevados pela beleza de sua soberana, queriam reproduzir os seus traços na sua tela e nos seus versos. Mas trabalhavam em vão. Tudo saía muito aquém da realidade. Um dia vagavam tristes pelo bosque, quando se encontraram com um ermitão, a quem contaram o seu desconsolo mostrando-lhe a imperfeição de suas obras.
— Mas não vedes, meus filhos, o que lhes falta? Nestas rimas e nestas cores, falta a alma da rainha!
— A alma?! Mas se ela não no-la mostra?!
— E faz muito bem a Soberana em ocultar a sua grandeza. Vós é que deveis descobri-la, através de sua bondade, de sua nobreza, de sua pureza, de sua generosidade, de seu amor.
E eles entregaram-se ao trabalho com novo entusiasmo. E fascinados pela beleza da alma da Soberana, foram pouco a pouco transformando a própria alma, e já nem podiam afastar-se do seu palácio onde começaram a viver — a custo do tesouro régio — não como súbditos, mas como filhos...
 pois não são a pintura e a poesia de estirpe real?. . . E as obras saíram perfeitas!
Esta lenda é comentário à palavra da Escritura: “Toda a glória da filha do rei está na sua alma” (Ps 44, 14).
Contemplemos nós também, com pureza, com fé, com recolhimento, com humildade e com amor, a alma gloriosa de Maria. . .
Quem me achar terá achado a Vida! (Pv 8, 15).
Quem achar a Maria, terá achado a Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Que a sua visão, pois, nos fascine as nossas almas, transformando-as, totalmente, por ela em Jesus, exemplar de toda a perfeição. Assim seja.

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